terça-feira, 12 de julho de 2011

EXISTÊNCIA (TRADUZIDO)

              Sempre  que oiço um ateu a defender as suas posições e a uma pessoa religiosa as suas crenças, tenho a sensação que não estão tão longe os seus pensamentos como poderia parecer à primeira vista pois para mim é tão incongruente quem se declara crente como quem se declara ateu.
             Digo isto porque na minha opinião há dois traços que os une mais que os separa. Primeiro a convicção com que defendem as suas ideias, dando a sensação de que estão ambos na posse da verdade e, segundo, as provas de um são tão inexistentes como as do outro para defender os seus princípios, num caso defender a existência de um ser superior e, noutro, promulgar a não existência desse ente supremo.
            O meu raciocínio nesta questão tão espinhosa é tão simples como pragmático, não excluo qualquer explicação possível para responder às perguntas primordiais, mesmo que considero que o mais provável é que tudo o que dizem as religiões são criações do homem para tentar dar uma explicação às coisas inexplicáveis porque a nossa inteligência e saber são tão reduzidas em comparação à complexidade inabarcável do universo que, para não viver numa angústia contínua, criamos um ser ou seres superiores, nos ajoelhamos e rendemos-lhes culto em troca de anestesiarmos a angústia terrível que nos corrói por dentro.
             Segundo a Ciência, a origem do universo (e peço desculpa se existiram outras descobertas das quais não tenho conhecimento) se iniciou porque num pequeníssimo lugar do universo se concentrou uma quantidade inimaginável de matéria que explodiu, o famoso Big Bang, formando-se a partir deste momento o universo que contempla no seu esplendor galáxias, estrelas, nebulosas, planetas e restantes materiais do cosmos.    
            Esta explicação deixa mais dúvidas que as respostas promovidas pelas igrejas, porque continua a não explicar a origem da matéria que explodiu, que neste caso é a questão fundamental.
            E eu, pobre mortal perdido, o que diz a minha razão é que não deveria de haver existência porque, onde não há nada não pode nascer nada e, portanto, o conceito de um princípio não pode ser real, assim como não posso aceitar racionalmente o conceito de que algo existe eternamente e, portanto, concluo que não teria que existir nada, mas isto que estou a escrever, que é o mais razoável para mim, é falso, porque eu existo.
            Portanto, se partimos da premissa de que existimos quando racionalmente não teríamos que existir, têm que ficar em aberto possibilidades tão incompreensíveis como matéria eterna ou criação espontânea a partir do nada.
            Ou, se querem algo mais duvidoso ainda, algum dia a Ciência encontrará explicações...
           
                                    ASTRUD                    

Sem comentários:

Enviar um comentário